Eu só quero saber em qual rua minha vida vai encostar na tua

segunda-feira, 21 de março de 2011

Aluga-se uma Mãe

Vou contar uma histórinha....

Apresento os personagens: A Mulher, fria; o Homem,  lacônico  e o Jovem, perdido e apaixonado.
O jovem se sente sozinho, partiu um dia crente que chegaria no seu futuro, crendo que se encontraria, que teria paz. O homem, triste, o abençoou e desejou sorte na caminhada. A Mulher, esboçando felicidade o acompanhou até metade do caminho, e o enganou.
O jovem chegou a seu destino e percebeu que nada do que esperava estava ali. Seu sonho de liberdade, independencia e felicidade não o aguardavam no tão temido, desejado, diferente e distante lugar. O jovem possuí um grande amor, e o deixou. Deixou com a certeza de que breve iria resgatá-lo e irá. O homem sente sua falta, a mulher.... Ninguém sabe ao certo.
Durante os primeiros dias em sua nova casa, ele tinha dúvidas.  Acreditava, duvidando, que ali poderia ser seu lugar, porém o tempo passou e ele viu que não o era. Tropeçou várias vezes, e teve o apoio do amor, que não o esqueceu um dia sequer. Certo dia, ele resolve voltar, marca o dia, 3 meses e dois dias a frente. Empolgado divide isso com a Mulher que o "aconselha" a ficar, na hora ele se dá conta que não seria bem recebido no antigo lar. O lar em que a Mulher mora e encena. Sim, ela é uma atriz, a mulher vive um mundo de faz-de-conta. E isso a agrada. Para ela, ser normal é o que importa. Nada de amor, carinho, alegria, paixão, amizade importa. Nada. Ela não conversa muito com o jovem, dizem que é medo de ouvir a verdade, mas, ninguém sabe. Com poucas palavras ela  diz: "vem, mas volta".
Extremamente chateado com o que ouviu da Mulher, o jovem procura o homem, e esse prefere não falar nada sobre e ligeiramente muda o assunto. Mais uma vez o jovem se vê perdido. Busca ajuda das mais diversas formas: assiste tv, tenta ler, conversa com seu amor, arruma a casa e escreve. O Homem tenta conversar, mas a cabeça do Jovem não pode prestar atenção em assuntos que não tenham nada a ver com a sua volta. Com o retorno a tão desejada cidade. Com a despedida da terra vermelha, do calor, da chuva, do cheiro tão peculiar que sente todo o dia.
Após uma longa reflexão, ele passa a crer que o melhor mesmo talvez seja ele permanecer como está. Construir, também, uma vida de faz-de-conta. Não viver e sim encenar. Como aprendera desde jovem. Se dá conta também que sente falta de uma figura materna e chora. Chora de saudades da pessoa que nunca teve. Chora por ver que a vida que ele viveu foi uma peça teatral e que cabe a ele, somente a ele escolher como serão os próximos espetáculos.

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